segunda-feira, 20 de junho de 2011

De mãe para filho - Portadoras de HIV/Aids podem gerar filhos saudáveis

A transmissão vertical é a transmissão da mãe portadora de HIV/Aids para o bebê durante a gestação e o parto. O tratamento é para prevenir essa transmissão vertical. Nos últimos anos, a Aids tem atingido em grande escala, as mulheres. Por isso, há todo um cuidado preventivo quando uma mulher procura os médicos com suspeita de gravidez. Existe, no Sistema Único de Saúde (SUS), toda uma campanha e baterias de exames de pré-natal, dentre eles, o teste da mamãe, que é o exame de HIV.
Este tratamento tem como foco evitar a transmissão para a criança. E de acordo com dados do Ministério da Saúde, as medidas pressupõem: um diagnóstico, o acompanhamento durante a gravidez, o uso regular da medicação (coquetel que a mulher toma durante a gravidez), a medicação durante o parto, e o medicamento (AZT) que o recém-nascido usa durante quarenta e dois dias.
De acordo com a diretora técnica do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), Dra. Mônica Ribeiro Costa: "quando é feito o diagnóstico do HIV, daí se indica a terapia anti-retroviral, que é como a gente trata a paciente que tem HIV. Se for feito durante a gestação, a gente usa um esquema com três medicamentos que é o chamado coquetel. Um coquetel específico que a mulher toma até o momento do parto", afirma Dra. Mônica.
O Grupo de Adesão é formado por profissionais de várias áreas: médicos, psicólogos, assistentes sociais. A equipe conta com o apoio da farmácia do hospital, quando o paciente vai buscar o medicamento é orientado a procurar o grupo para receber informações sobre o tratamento.
No Hospital de Doenças Tropicais existem equipes que não medem esforços para ajudar as mulheres soropositivas. Desde a criação do programa Prevenir para a Vida, em 2003, já foram atendidas mais de 700 mulheres, prestando acompanhamento até o 18º mês de vida da criança, com o objetivo de diminuir os índices de transmissão vertical da doença, ou seja, de mãe para filho. O programa promove cursos trimestrais onde são repassadas orientações sobre gravidez e Aids, hora do parto, profilaxia da transmissão vertical, cuidados com o recém-nascido, aspectos psicológicos da gravidez, imunização da criança, métodos contraceptivos e planejamento familiar.
Além da luta diária contra a doença e os efeitos colaterais dos medicamentos, as portadoras do vírus sofrem com as "doenças" externas que provém da sociedade, como: o preconceito, o abandono da maioria das pessoas incluindo a própria família, a indiferença, a falta de oportunidade no mercado de trabalho, dentre outros fatores negativos e desumanos.
Diferença entre HIV e AIDS
De acordo com o Ministério da Saúde, HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.
A aids é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, como também é chamada, é causada pelo HIV. Como esse vírus ataca as células de defesa do nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas doenças, de um simples resfriado a infecções mais graves como tuberculose ou câncer.
O próprio tratamento dessas doenças fica prejudicado. Há alguns anos, receber o diagnóstico de aids era uma sentença de morte. Mas, hoje em dia, é possível ser soropositivo e viver com qualidade de vida. Basta tomar os medicamentos indicados e seguir corretamente as recomendações médicas. Saber precocemente da doença é fundamental para aumentar ainda mais a sobrevida da pessoa. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda fazer o teste sempre que passar por alguma situação de risco e usar sempre o preservativo.
Há 30 anos, em 05 de junho de 1981, a Aids assustou o mundo, e desde então matou 30 milhões de pessoas. Na década de 90 o perfil da doença mudou, pois o desenvolvimento das drogas anti-retrovirais, fez com que a doença deixasse de ser fatal para ser tratável, apesar de crônica. No Brasil, em 1996 foi promulgada a lei federal nº 9.313, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso que dispõe a gratuidade dos medicamentos no Sistema Público de Saúde. Graças a isso, milhares de pessoas conseguem viver mais e com qualidade de vida. Por isso é importante que a mulher procure o médico e faça o tratamento de transmissão vertical para garantir a própria saúde física e principalmente da criança que está no ventre.
A infectologista, Dra. Mônica Ribeiro informa que: "cumprindo todas as medidas preventivas, é possível reduzir o risco de transmissão para cerca de 1% ou 2%. São medidas efetivas e que devem ser cumpridas, uma vez que é de responsabilidade do médico que faz o diagnóstico da gestante". Desta forma, é possível que nasça uma criança saudável, isenta do vírus HIV.
No setor de adesão do HDT (Hospital de Doenças Tropicais) são criadas estratégias que instigam as pacientes a aderirem ao tratamento. Segundo a psicóloga Dra. Maria do Rosário da Conceição Rocha, (coordenadora do setor de adesão) entre as estratégias criadas, existe a escola de informática que " é o centro de informação e cidadania onde trabalhamos com os pacientes e seus familiares através da inclusão digital, além de sessões comentadas de cinema e outros dispositivos de mídia para que a gente possa ampliar a visão de mundo dessas pessoas, mostrando-lhes que também fazem parte da sociedade e que podem torná-la cada dia melhor".
A importância principal deste tratamento é a enfatização da cidadania, do direito, do respeito ao próximo, e principalmente do resgate da autoestima, para que os pacientes sintam-se incluídos na sociedade e a tornem cada dia melhor, menos preconceituosa e mais humanista.
Além da possibilidade da mulher soropositiva poder ter filhos saudáveis, as Nações Unidas anunciaram o que pode ser a realização de um grande sonho: a erradicação da Aids. Na quarta-feira, 08, o secretário geral da ONU (Organização das nações Unidas), Ban Ki- Moon, em reunião com a cúpula dedicada à doença, anunciou a erradicação da Aids num prazo de dez anos. Agora, cabe a nós torcermos e acreditarmos que, de fato, isso acontecerá.

Um comentário:

  1. Muito bom o seu texto Vangi, principalmente porque muitas pessoas não tem o conhecimento do que vem a ser realmente a Aids e por não saber age com descriminação.

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